Mas de quem era o dinheiro dos outros no caso do Brasil?
Da China [principalmente].
Vou explicar bastante superficialmente o que contribuiu para o aparente sucesso de Lula e a inegável derrocada de Dilma. Quem quiser se aprofundar bastante no assunto, sinta-se a vontade para consultar o Google.
Pois bem, durante a década de 2000, tempo este em que o Brasil foi governado por Lula, a China e alguns outros países tiveram uma explosão em seu crescimento. Esse crescimento exponencial, para se sustentar, exigiu a compra de muitos commodities. Adivinha quem tinha muito disso pra vender? Sim, nós, o Brasil.
Portanto, nesse período, o Brasil foi literalmente puxado para cima pelo crescimento gigantesco dos demais países. E muito dinheiro e investimento estrangeiro veio para o Brasil, pois o mercado estava efervescente, e valia muito a pena investir naquele tempo. Havia uma boa rentabilidade.
Com tanto dinheiro em caixa, o que fez o Governo? Expandiu até o talo os programas sociais. Até aí, tudo bem. Havia dinheiro que podia ser gastado.
Mas o Lula molusco esqueceu de algo muito importante: investimentos de longo prazo. Como um excelente populista ele preocupou-se apenas com o aqui e agora, não deixando base alguma para que o Governo se sustentasse caso qualquer coisa desse errado. Sorte a dele, as coisas só vieram a dar errado para Dilma.
Mas mesmo Dilma poderia ter atenuado toda essa crise na qual ela nos meteu. Infelizmente a incompetência falou mais alto. Logo no primeiro mandato ela inventa de abandonar o tripé econômico implantado no governo FHC e continuado por Lula, e que, até então, vinha dando certo — até me lembro quando ouvi essa notícia e disse pra mim mesmo: a questão agora é quando o Brasil vai quebrar.
Querendo ser mais populista do que Lula, Dilma não só mudou o plano econômico como inventou de aumentar bruscamente os gastos do Governo.
Acabou a farra. O crescimento galopante dos demais países estagnou. Os preços de vários produtos também estagnou ou mesmo caiu bastante. As compras diminuíram. E o Brasil ficou a ver navios.
De repente agora nos deparávamos com muitos gastos, que dependiam da efervescência global para se cobrirem. A diferença é que não tínhamos mais a efervescência global. A crise se iniciou. O que faria então qualquer pessoa minimamente competente? Dar um freio nos gastos. Se possível começar a cortar tudo o que pudesse, afinal, é um país, e não dá para apostar alto com riscos absurdos. Se as coisas derem muito errado não seriam apenas algumas pessoas demitidas e um pedido de concordata enviado para a justiça. Não, milhões de pessoas viriam a ser demitidas. Centenas a milhares de empresas viriam à falência. Os mais pobres, a poderosa massa de manobra do Governo, é que seriam os primeiros e os mais afetados por todas essas consequências.
Esse cenário é o que seria hipótese caso tivéssemos na presidência alguém minimamente competente. Mas a hipótese se tornou realidade, pois temos na presidência um ente que mal sabe finalizar um único raciocínio em público. E para piorar, aumentaram-se os gastos. Até parece que ela está competindo com Maduro, da Venezuela, para ver quem consegue quebrar mais o seu país sem perder o mandato.
Consequência disso tudo: praticamente a maior crise que o Brasil já teve em sua história! Simplesmente as piores decisões que algum governante poderia tomar, caso pensasse na nação, em vez do projeto de poder do partido. Uma falência não só de um país, mas de vários outros no mesmo continente, que seguiram a mesma cartilha.
E todos eles assombrados mais uma vez pela verdade universal (…) até acabar o dinheiro dos outros.
Guto Pinheiro